sábado, 14 de março de 2009

A Páscoa - Festa Cristã

Jesus é a nossa Páscoa. Do hebreu Peseach, Páscoa significa a passagem da escravidão para a liberdade. A primeira páscoa foi celebrada na saída do povo hebreu do Egito, a segunda foi em Cristo. É a maior festa do cristianismo e, naturalmente, de todos os cristãos, pois nela se comemora a Passagem de Cristo - "deste mundo para o Pai", da "morte para a vida", das "trevas para a luz".Quando Deus ordenou ao anjo destruidor que eliminasse todo primogênito na terra do Egito, a casa que tivesse o sinal do sangue do cordeiro não seria visitada pela morte (Êxodo 12.1-36).
Os judeus passaram então a celebrar a Páscoa comemorando a saída do Egito, a passagem para a liberdade. A partir de Jesus, essa celebração foi substituída pela Ceia do Senhor, com o pão e o vinho, em Sua memória. Não mais para relembrarmos a saída do Egito, mas para estarmos sempre nos lembrando da liberdade que nEle há, da Sua morte e ressurreição.
"Paulo, servo de Cristo Jesus, chamado para ser apóstolo", assim descreve como Jesus instituiu a Ceia do Senhor, por ocasião da Páscoa:
"Pois eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão, e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; fazei isto todas as vezes que beberdes, em memória de mim. Pois todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha" (1 Coríntios 11.23-26).
A legítima Santa Ceia é celebrada com pão e vinho, sem um destes elementos sagrados, torna-se inválida a lembrança da morte do Senhor Jesus. Veja em DECISÕES CONCILIARES, quando a Santa Ceia do Senhor foi substituída pela hóstia. Os fiéis católicos não ingerem o vinho que simboliza o Sangue de Jesus, enquanto a Bíblia diz: Comei e Tomai. Não apenas comei.

A Páscoa é uma festa cristã que celebra a ressurreição de Jesus Cristo. Depois de morrer na cruz, seu corpo foi colocado em um sepulcro, onde ali permaneceu, até sua ressurreição, quando seu espírito e seu corpo foram reunificados.

Jesus também comeu do pão e bebeu do vinho: "Ide, preparai-nos a páscoa, para que a comamos" (Lucas 22.8); "Onde está o aposento em que comerei a páscoa com os meus discípulos?" (v.11); "Desejei muito comer convosco esta páscoa, antes do meu sofrimento"(v.15). O contexto nos leva ao entendimento de que antes e depois de elevar o pão e o vinho, e de haver dado graças, Jesus participou da ceia com seus discípulos, comendo do pão e bebendo do vinho.

A justificação não decorre do participar ou não da Ceia. Quem dela participa é a Igreja, os crentes em Jesus, os que já se acham justificados, lavados e remidos no sangue purificador. "Pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, e são justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei" (Romanos 3.23,24,28).
A finalidade da Ceia é esclarecida pelo próprio Jesus: a) anunciar a Sua morte, seu sacrifício pelos pecadores, até a Sua vinda (1 Coríntios 11.26); b) para recordação ou em memória dele, "fazei isto em memória de mim" (Lucas 22.19) O Novo Comentário da Bíblia, Edições Vida Nova, vol. II, pg. 1208/9, assim explica 1 Coríntios 11.24-25: "Em memória de mim – A repetição é impressionante e nos dá a razão escriturística para a observância da Ceia do Senhor.
Sua finalidade é fazermos recordação do Salvador, em todos os eventos de sua vida, mas principalmente de sua morte por nós na cruz; e, em recordá-lo, sentirmos sua presença conosco. A Santa Ceia é, pois, uma recordação de Cristo e uma comunhão com Ele".
Vamos ler essa "repetição impressionante": "Isto é o meu corpo que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim. Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; fazei isto todas as vezes que beberdes, em memória de mim" (1 Co 11.24-25). Jesus por duas vezes estabelece a finalidade da Ceia, ou seja, para que nos lembremos dEle, de Sua vida, palavras, morte, ressurreição.
"Isto é o meu corpo" é uma linguagem figurativa. Jesus usou esse estilo em outras ocasiões. Ele disse: "Eu sou a porta. Todo aquele que entrar por mim, salvar-se-á. Entrará e sairá, e achará pastagens" (João 10.9). Ninguém de sã consciência fica a imaginar que Jesus é realmente uma porta de madeira ou de ferro, e que nós, ao passarmos por ela, iremos nos fartar comendo capim.
Disse também: "Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai agricultor... vós sois os ramos" (João 15.1,5). Não é preciso muita lucidez para compreendermos que Jesus estava apenas ilustrando sua mensagem com um elemento figurativo. Longe de nós imaginar seja Ele uma árvore com raízes, tronco, folhas e galhos, e que o Pai esteja no campo plantando arroz. Disse mais: "Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer deste pão, viverá para sempre. Este pão é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo" (João 6.51).
Outra linguagem figurada. Revela que em Cristo encontraremos alimento espiritual. Do céu não veio um pedaço de pão, nem somos antropófagos para saborear a carne do Seu corpo. Ainda nesse passo, Jesus declara: "Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva" (João 7.37-38). Ninguém cogita de interpretar literalmente essas palavras: não bebemos Jesus, e do nosso interior não jorra água abundante.
Jesus não ordena RENOVAR o Seu sacrifício. Ele diz que o partir pão tem a finalidade de recordar e não de renovar. O Seu sacrifício não pode ser repetido. Vejam: "Isto [sacrifício] fez Ele, uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu" (Hebreus 7.27). "Mas este [Jesus], havendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus" (Hebreus 10.12). "Pois Cristo padeceu uma única vez pelos pecados..." (1 Pedro 3.18). "Pois sabemos que, havendo Cristo ressurgido dentre os mortos, já não morre. A morte não mais tem domínio sobre Ele" (Romanos 6.9). Levar Cristo todos dias à cruz, e todos os dias ressuscitá-lo, é uma prática sem apoio na Bíblia Sagrada.
Quando Jesus afirmou que estaria conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mateus 28.20), não estava afirmando que Sua presença se daria pelo milagre da transubstanciação, ou seja, mediante a transformação de pão e vinho no Seu corpo. A Sua presença em nós é espiritual.
Depois de haver dado graças e ordenado a todos que tomassem do cálice, o vinho não se transformou em sangue. Vejam: "Pois não mais beberei do fruto da vide, até que venha o reino de Deus" (Lucas 22.18; Mateus 26.29). Ou seja: Jesus não deu o nome de sangue ao vinho. Este continuou sendo o fruto da vide depois da consagração. Do contrário, teria Ele bebido seu próprio sangue.
Se a expressão "ISTO É O MEU CORPO" (1 Co 11.24) coubesse significado literal, por que não interpretar da mesma forma a expressão "ESTE CÁLICE É A NOVA ALIANÇA NO MEU SANGUE" (1 Co 11.25)? Admitida a hipótese literal, estaríamos bebendo a Nova Aliança. Vejam que o vinho aqui representa o Novo Concerto, o Novo Pacto, a Nova Aliança em Cristo. Mais uma vez se confirma a tese do sentido figurativo.
A contínua renovação do sacrifício da cruz, como desejam os romanistas, contrasta com a afirmação de Jesus: "Está consumado" (João 19.30). Ali, na cruz, se consumou a etapa mais gloriosa. A obra da redenção fora consumada; o preço da redenção fora pago; o caminho da salvação estava aberto à humanidade. Nenhum outro sacrifício seria exigido. "E, como aos homens está ordenado morrer uma só vez, vindo depois disso o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma só vez, para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação" (Hebreus 9.27-28).
Abstraindo-se a tese da transubstanciação, convém lembrar que a oferta de apenas de um dos elementos na Ceia está em desobediência à ordenança do Senhor Jesus. Não apenas o pão deve ser servido. O vinho, simbolizando a Nova Aliança no Seu sangue, é elemento indispensável. Vejam: "Pois todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha" (1 Coríntios 11.26). Desobedecer é pecar.
CONCLUSÃO
Diante do exposto somos levados a admitir que o Senhor Jesus usou uma linguagem figurativa, como o fez em muitas outras ocasiões. Assim como entendemos das palavras "Eu sou a porta", que Ele representa a porta por onde todos devemos passar, a caminho da salvação, de igual modo entendemos a expressão "Isto é o meu corpo" como sendo "ISTO REPRESENTA O MEU CORPO", com relação ao pão; e "Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue", como sendo "ESTE CÁLICE REPRESENTA A NOVA ALIANÇA NO MEU SANGUE", com relação ao vinho.
O pão e o vinho conservam-se inalterados antes, durante e depois da Santa Ceia, quer esta seja ministrada por um pastor evangélico, quer por um sacerdote católico. Ao bebermos o vinho, não sentimos gosto de sangue; ao comermos o pão, não sentimos gosto de carne. Cristo está presente na Ceia da mesma forma que está presente no Batismo. Sempre que estivermos reunidos em Seu nome, Ele se fará presente, na qualidade de cabeça da Igreja (Efésios 5.23).
Como a Sua presença não decorre da transubstanciação, indicativa de mudança de uma substância em outra, o pão e o vinho não devem ser objetos de adoração. A forma de adoração ensinada pelo Senhor Jesus está em João 4.24: "Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade".
A Santa Ceia é um memorial ("fazei isto em memória de mim"), e não uma repetição do sacrifício de Jesus na cruz, sacrifício que deve ser lembrado e não renovado (Hebreus 10.12).
Jesus não entra em nós pelos elementos da Ceia. Quem participa da Santa Ceia são os filhos de Deus, já justificados, já remidos, já convertidos. São cristãos que já possuem Jesus no coração. Assim deve ser. Por isso, Jesus prometeu que voltaria a beber do fruto da vide no reino de Deus, com a sua Igreja (Mateus 26.29). Não há como admitir que um pecador não arrependido, não merecedor portanto de ser habitação do Espírito Santo, possa introduzir Jesus dentro de si, pela ingestão do pão.

O CordeiroSimboliza Cristo, que é o cordeiro de Deus, e se sacrificou em favor de todo o rebanho.
O Pão e o VinhoNa ceia do senhor, Jesus escolheu o pão e o vinho para dar vazão ao seu amor. Representando o seu corpo e sangue, eles são dados aos seus discípulos, para celebrar a vida eterna.

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